segunda-feira, abril 24

Fada do Lar

Para além de contibuinte, sou também dona de casa a caminho do desespero. Descobri que quanto mais se limpa, mais coisas descobrimos para limpar. Há meses que moro nesta casa e só agora reparei que está suja, encardida e empoeirada. Encontro-me a meio de uma cruzada contra a porcaria que parece nunca mais ter fim, mas feliz fico em dizer que se acabaram as insónias e que deixei de sonhar com trabalho. Agora deito-me às tantas da manhã porque posso limpar mais isto e arrumar aquilo...! Sonho com esfregões, panos para o pó e piaçás.

Qual é a o lado bom da história?

vou passar a organizar jantaradas!

quinta-feira, abril 20

Contribuir para...?

A Cláudia é uma jovem trabalhadora que decidiu comprar casa porque a vida a forçou à emancipação; há aproximadamente dois meses encetou uma caça à casa perfeita a preço razoavel. Escolheu uma que não era o que sonhara, numa freguesia de que não gostava. A Cláudia não tem fiadores, como tal teve de bater a muitas portas até conseguir encontrar um que lhe fizesse uma simulação com essa condição, a Caixa Geral de Depósitos. Passados alguns dias, é contactada por uma representante da CGD que afirma não ser possível conceder um empréstimo sem fiador.

Estou confiante que a Cláudia vai conseguir comprar casa, apesar dos obstáculos. Conseguiu ficar efectiva na empresa, faz horas extraordinárias com demasiada frequência, o que a obriga a sair tarde da empresa e chegar às 22h, 23h a uma casa onde está temporariamente; apesar de ter carro, tem o bom senso de se deslocar de transportes.

Não me corre nas veias sangue reaccionário, mas não consigo deixar de sentir revoltada. Existem tantos apoios para gente que não trabalha e se limita a procriar e traficar (e não estou com isto a querer atacar a imigração; há parasitas de todas as formas e feitios), que é quase um desencorajamento para quem quer e tenta viver de forma honesta. Já o disse e repito, se dependesse de mim deixava de pagar impostos. Geria os meus males e mazelas sozinha, porque isto de ser contribuinte já teve melhores dias...

quinta-feira, abril 13

Quem me dera

Ser Deus: omnipresente, omnisciente e omnipotente.

Questão do dia

Quem foi a besta que se lembrou de inventar senhorios?

terça-feira, abril 11

(obrigada pelo achado, Rita)

terça-feira, abril 4

Explosão inicial

Há vontades que nascem de novo
na mesma boca que beija.
Olhos que rejuvenescem
pelos simples facto de verem.
Mãos que florescem
quando abraçam o sentimento através da pele.

Não há fórmulas que nos façam voar
nem químicas inventadas em laboratórios de cientistas.
Já tudo vive em nós
à espera da explosão inicial
para partir rumo à lua
noite adentro
e dar de caras com o sol
reflectido nos olhos da alma.

In “dizer-te”, Ana Teresa Silva

Bons tempos!

segunda-feira, abril 3

Gaivota

Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.


Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

Alexandre O'Neil - Gaivota